Na passagem bíblica em Ezequiel 45,1-4 Deus nos fala de partilha. A partilha da terra; partilha da terra após a volta do exílio. Não é a divisão da terra prometida às tribos de Israel, como citado no livro de Josué. Aqui se trata da redistribuição individual a cada membro das tribos. E uma porção de terra foi reservada em oferta a Deus para construção do templo, da casa do Senhor. Por essa Palavra ele nos pede, ele deseja que reservemos algo para ele!
E Deus pede o que? Deus pede nosso tempo, o dizimo, caridade, um cantinho do nosso coração. Um cantinho do nosso coração no mínimo! Porque na verdade devemos ser inteiramente de Deus, pois somos templos vivos do Espírito Santo. E Deus preenche todos os espaços de seus templos. Então, temos que ser totalmente de Deus; Deus nos quer por inteiro, não uma parte de nós. O que somos devemos ser todo de Deus, o que temos ou fazemos devemos dedicar parte a Deus. Até nesse contexto, se aprofundarmos a reflexão, veremos que Deus é dono de tudo, ele apenas nos empresta, nos cede, nos permite usufruir.
Falemos um pouco sobre dizimo: dizimo não é simplesmente dinheiro para a igreja; é para a obra do Senhor, para manutenção da casa de Deus. É um preceito bíblico e um dos mandamentos da Igreja. Não devemos confundir com oferta, coleta. A oferta é complemento, é adicional às necessidades materiais da Igreja.
Caridade: não é somente dar esmolas, ajudar por pena, dó, ou visando um beneficio posterior. Caridade é amor, é doar com amor e por amor, sem esperar retribuição. Como diz São Paulo em 1 Cor 13: “De que adianta eu doar tudo aos pobres, eu dar meu corpo para ser queimado, se eu não tiver amor. Serei como sino que retine, como bronze que soa...” Caridade sem amor é caridade vã, aliás nem é caridade, é mera filantropia.
Quantos de nós não temos tempo para Deus. Dedicamo-lhe o que sobra, o resto do nosso tempo, às vezes nem isso; nada damos a Deus. Temos tempo para ler jornais, revistas, conversar fiado, ficamos horas diante da televisão e não somos capazes de dedicar trinta minutos – quinze minutos que sejam – para ler a Bíblia, para meditar a Palavra de Deus, para orar ou rezar o terço. Esquecemo-nos que Deus vela por nós vinte e quatro horas por dia. Se você não consegue manter-se em sintonia com Deus enquanto realiza suas tarefas do cotidiano, procure dedicar um tempo ao Senhor; trinta minutos no mínimo, não do que sobra, mas um tempo dedicado exclusivamente para dialogar com Deus.
Sejamos fiéis em nossas ofertas como Deus é fiel em suas dádivas. Finalmente, podemos dizer que esta Palavra também fala do céu. Deus reservou um cantinho para cada um de nós no paraíso. Como diz Jesus em Jo 14,2: “A casa do meu Pai tem muitas moradas. Vou e preparar-vos-ei um lugar”. Nosso lugar, nosso cantinho, não importa se um palácio ou uma casinha modesta, está reservado no céu. Cabe a nós viver de modo que sejamos merecedores de ocupar este lugar. Vivamos dignamente, vivamos com Jesus no coração, busquemos a santidade para que no momento derradeiro, ao findar nossa jornada possamos receber a chave e adentrarmos nossa morada eterna.
Carlos Nunes
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