quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Indagações

Tristeza, muita tristeza causou aos corações sensíveis a atitude desesperada daquele pai no Rio de Janeiro, no fim de semana passado. Ao tomar conhecimento de que o filho sob efeito de droga assassinara a namorada, este pai indo contra os ditames do paternalismo irresponsável, entrega o próprio filho a policia, o qual é preso ainda no local do crime. Atitude de desespero daquele pai que não via saída para o filho entregue as drogas há anos. Consta que o homem havia tentado por diversas vezes internar o filho viciado em crack, mas não logrou êxito, pois nosso sistema de saúde é falho, principalmente nesta questão. Alega-se que ninguém pode ser submetido a nenhum tratamento, internação ou que tais, contra a própria vontade, ou seja, à força, a não ser que represente ameaça imediata contra a sociedade. A questão é: os escravos do vicio têm vontade própria? Os drogados não representam perigo, mormente para seus familiares e os mais próximos?
Eis de forma patética e comovente a realidade das drogas e drogados. A sociedade, os intelectualóides, artistas, gente da mídia, estes que são formadores de opinião (não todos, mas número considerável) de maneira hipócrita e irresponsável fazem apologia às drogas, alguns de modo velado e camuflado, outros abertamente. Em vista deste e de outros casos repercutidos na imprensa, é licito, é moralmente correto propagar e defender o livre arbítrio ao usuário de drogas (referência a essa questão, naturalmente) e a legalização das drogas?
Os partidários da legalização das drogas argumentam que tabaco e álcool são drogas legais e que o álcool é responsável por tantas ou mais desgraças que maconha, cocaína, etc. Têm razão. Mas um erro não justifica outro. Alegam também que maconha é uma droga leve e inconsequente. Sem trocadilho, é leve mas leva a outras mais pesadas; como inconsequente se a consequência é cocaína e crack?
Tantas indagações e uma só resposta: falta-nos bom senso. Falta-nos discernimento para distinguir o bem do mal, o prazer licito da ilicitude do prazer. As drogas jamais devem ser legalizadas, haja vista que em outros paises essa experiência não foi bem sucedida. É sensato porém que o usuário ou viciado não seja tratado como criminoso, no entanto seja reprimido. As drogas levam ao relatado acima; lares destroçados, famílias enlutadas, corações feridos, profundamente feridos. E para curar definitivamente esses corações somente Deus. Voltaremos ao assunto.

sábado, 24 de outubro de 2009

E a festa dos halloweens?






Há suspeitas sobre o significado de tais celebrações.

Em síntese: A Festa dos Halloween é de origem céltica; tem sua inspiração no druidismo ou na religião dos sacerdotes celtas, que muito marcaram o pensamento dos povos da Irlanda, da Escócia e de regiões da Inglaterra. Supunha-se que os mortos vinham a terra visitar seus familiares na noite de 31/10 para 1º/11; em conseqüência disso os homens e mulheres se vestiam com trajes fantasiosos a fim de não serem reconhecidos e arrebatados pelos visitantes do além. A essas concepções se associava o festival de fim do ano celta celebrado no dia 31/10 com presentes e orgias. Esse fundo de idéias e práticas pagãs foi, tanto quanto possível, cristianizado pela Igreja, que instituiu a Festa de Todos os Santos a 1º/11 e a comemoração de Finados a 2/11.
Ainda hoje os Halloween são festejados nos Estados Unidos, levados para lá pelos imigrantes irlandeses. Todavia muitos abusos se têm registrado em tais celebrações.
No Brasil a Festa dos Halloween toma o caráter de um pequeno carnaval, em que as crianças trajam suas fantasias e recebem presentes. O apreço dessa celebração em alguns lugares decorre da onda neo-pagã que tem invadido a civilização ocidental.
À tarde de 31/10 celebra-se em alguns lugares a vigília da Festa dos Halloween (Allhallowseven).
Muitas pessoas, um tanto estupefatas, perguntam: que festa é essa?

1. As origens da festa
À primeira vista, quem considera a Festa dos Halloween, como é celebrada no Brasil, dirá que é uma comemoração folclórica, popular e inofensiva: as crianças então se vestem de fantasias (quase carnavalescas) e põem seus sapatos à porta da residência dos vizinhos, para que estes lhe dêem presentes. Há, porém, quem levante suspeitas sobre o significado de tais celebrações, suspeitas, aliás, justificadas, dada a origem dos Halloween.
Com efeito, a Festa dos Halloween tem seu berço entre os povos celtas. Estes emigraram da Ásia para o Continente Europeu nos séculos anteriores a Cristo e se fixaram principalmente na Gália, na Irlanda, na sacerdotal dos druídas, guardiões das tradições religiosas de sua gente, que tinham conhecimentos de astronomia, medicina e direito. Os druídas exerciam as funções de juízes e líderes, dotados de “dons proféticos” ou da capacidade de prever o futuro. Acreditavam na imortalidade da alma e de metempsicose ou na migração das almas dos falecidos. Eles foram um fator de unidade do mundo celta: por isso foram combatidos pelos romanos, que conquistaram a Gália e as Ilhas Britânicas.
De modo especial, os celtas valorizavam a noite de 31/10 para 1º/11. E isso por dois motivos:
1) O ano celta terminava em 31/10, dia do olho de Samhain. Tal dia era celebrado com ritos religiosos e agrários. Nessa ocasião comiam-se alimentos especiais, como nozes, maçãs e preparavam-se os alimentos para o inverno.
2) Na noite de 31/10 para 1º/11 julgava-se que os mortos desciam do além para a terra a fim de visitar seus familiares à procura de calor e bom ânimo frente ao frio do inverno que se aproximava.
Dessa maneira, Samhain assinalava o fim de um ano e o começo de outro, juntamente com o festival dos mortos. A celebração respectiva implicava todo um folclore típico. Os homens e as mulheres vestiam trajes fantasiosos a fim de se dissimilarem e não serem arrebatados pelos espíritos dos falecidos para o além. Por estarem começando novo ano, desejavam uns aos outros plena felicidade. Havia magos que procuravam saber “profeticamente” quem haveria de se casar e quem haveria de morrer no próximo ano; tentavam adivinhar também quais as melhores oportunidades de êxito em seus empreendimentos. Ao lado desse aspecto festivo, havia o apavorante: julgava-se que as bruxas, as fadas e os gnomos lançavam o terror no povo: eram tidos como seres de um mundo superior que roubavam crianças, destruíam colheitas e matavam o gado.
Dentro desse quadro de festa e pavor, os homens acendiam lanternas no topo das colinas sob o olhar de Samhain; o fogo luminoso podia servir para guiar os espíritos até a casa dos familiares, como também para matar ou afugentar as bruxas.
Tais são os elementos dos quais dependem a festa moderna dos Halloween. Além desses dados de origem céltica, julga-se que os Halloween trazem também resquícios da festa romana da colheita dita “Pomona”, resquícios, porém, muito mais pálidos do que os de origem céltica.
O Cristianismo, ao penetrar nas regiões da Gália e das Ilhas Britânicas, encontrou aí a celebração pagã mencionada. A Igreja procurou eliminar os elementos mitológicos do festival. Assim o dia 1º de novembro foi “cristianizado”. Com efeito, o Papa Gregório III (731-741) escolheu a data de 1º/11 para celebrar a festa da consagração de uma capela na basílica de São Pedro em honra de Todos os Santos. Em 834, o Papa Gregório IV estendeu a festa à Igreja inteira; dessa maneira, procurava-se dar um sentido cristão à celebração da vinda dos espíritos dos falecidos praticada pelo druidismo.
A cristianização foi corroborada pelo fato de que em 908 Santo Odilon, abade de Cluny (França), começou a celebrar a memória de todos os fiéis defuntos aos 2/11. Os cristãos tentaram assim neutralizar os efeitos dos antigos ritos pagãos.
Todavia não foi possível aos cristãos retirarem todo o resquício mitológico. Na Idade Média dava-se grande importância às bruxas, que eram tidas como agentes do demônio; como se dizia, estes desciam sobre as bruxas em “sabbaths”, quando havia banquetes e orgias. Um dos mais importantes “sabbaths” era precisamente o dia da noite de 31 de outubro; supunha-se que as bruxas iam a esses bacanais voando em cabo de vassoura, acompanhadas de gatos pretos.
Na época moderna os festivais de Halloween caíram em desuso na Europa, exceto na Irlanda, na Escócia e em regiões do País de Gales. Mesmo aí degeneraram, muitas vezes, tomando o caráter de desmandos com pilhagem e saques. Grupos de festeiros itinerantes bloqueiam as portas das casas com carretas; roubam grades e maquinaria, batem nas janelas, arremessam hortaliças contra os portões, entopem as chaminés para que a fumaça não possa sair. Em alguns lugares os rapazes e as moças vestem trajes ou fantasias do sexo oposto, usam máscaras e assim invadem as casas vizinhas para se divertir com os moradores. Fazem às vezes de bruxas, fadas e gnomos.
Para preparar a tarde de Halloween, muitos adeptos da festa vão de casa em casa pedindo donativos, especialmente alimentos (nozes, maçãs...). Os doadores generosos são gratificados com promessas de prosperidade, ao passo que os opositores são ameaçados de castigos. Essas contribuições são, muitas vezes, solicitadas em nome de Muck Olla, antiga divindade dos druídas, ou também em nome de São Columba Cille, missionário na Irlanda do século VI.
Nos Estados Unidos a Festa dos Halloween foi introduzida pelos imigrantes irlandeses a partir de 1840; e tem sido celebrada com vandalismo e danos para muitas famílias.
No Brasil também há redutos de Halloween, com fantasias e presentes para as crianças. Tal festividade tem caráter ambíguo, fomentado pela onda de paganismo renascente.
Revista "PERGUNTE E RESPONDEREMOS
D. Estevão Bettencourt, osb.

domingo, 18 de outubro de 2009

Tempo de amar


Há tempo para tudo: tempo para plantar, tempo para colher; tempo para construir, tempo para demolir; tempo para juntar pedras, tempo para espalhá-las; tempo de viver, tempo de morrer. Só não há tempo para amar. Não se trata de falta de tempo, porém da inexistência de um tempo especifico para amar. O exercício do amor é (ou deve ser) constante, a qualquer tempo. O que é o tempo? Podemos dizer que tempo é o lapso entre o que se passou e o que há de vir. Num outro contexto tempo seria a ocasião propicia para um determinado evento. O tempo como tal existe, é natural, porém a contagem do tempo, ou seja, a medida decorrente entre o inicio e fim de um evento qualquer, é convenção humana. Se o tempo existe – de modo natural ou tecnicamente – e para tudo e tudo tem um tempo, por que não para o amor?
Sabemos que Deus é amor. Sabemos também que Deus é atemporal. Portanto, o amor é atemporal, como o Criador. Tudo que procede de Deus é incondicional; incondicional é seu amor por nós; amor infinito, imensurável, indelével. Diz a Palavra que Deus amou tanto a humanidade, que deu seu filho como sacrifício de amor por nós. No antigo testamento, no livro do profeta Isaias, Deus declara seu amor ao nos revelar que somos preciosos a seus olhos, que troca reinos e nações por nós e que está sempre a nosso lado. Também Davi cantando as misericórdias do Senhor, louva a Deus por seu amor ao salmodiar: O Senhor é lento para a cólera, bom e misericordioso, porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os tementes a Ele.
Em vista de tudo isso podemos afirmar com toda convicção que não há tempo para amar. Há tempo para tudo, ensejo para todo acontecimento, menos para amar, porque todo tempo é tempo de amar. Esse amor que o Pai Eterno derrama constantemente sobre nós e que não deve ser retido. Deus embora ame a todos indistintamente, ama cada um como se esse um fosse único; amor único e ao mesmo tempo universal. No mistério desse amor somos envolvidos e Deus nos pede que partilhemos com todos esse amor. Aos que estão próximo amemos afetuosamente, que sejam especiais e preciosos; assim são os amigos, parentes, a família. Aos mais distantes, aos desconhecidos, também amemos, mesmo de forma difusa, desejando-lhes o bem, usando de misericórdia, orando por eles, mesmo que estejam do outro lado do mundo. Não, não existe lugar nem hora para o amor. Amor cuja fonte é o coração bondoso do Pai e que flui através do nosso coração.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A você que sofre

Em resposta a comentário postado em 10/10 na postagem Profecia nos grupos de oração, em verdade um pedido de socorro, e na impossibilidade de contato pessoal (o comentário foi postado por anônimo) nós do grupo de oração respondemos a essa irmã que seu pedido foi acolhido e sua causa já está em nossas orações.
Sugiro que você leia (se ainda não o fez) neste blog as reflexões Parar de sofrer e Parar de sofrer 2. Com certeza serão de grande valia, pois as mensagens ali escritas servirão de apoio e conforto espiritual. A seguir transcrevemos trecho de um artigo do padre Fábio de Melo, sacerdote cheio de sabedoria e um grande conselheiro espiritual:
“A alegria ou a tristeza só poderão continuar dentro de nós à medida que nos deixamos afetar por suas causas. É questão de escolha. Dura, eu sei. Difícil, reconheço. Mas ninguém nos prometeu que seria fácil.
Se hoje a vida lhe apresenta motivos para sofrer, ouse olhá-los de uma forma diferente. Não aceite todo esse contexto de vida como causa já determinada para o seu fracasso. Não, não precisa ser assim.
Deixe-se afetar de um jeito novo por tudo isso que já parece tão velho. Sofrimentos não precisam ser estados definitivos. Eles podem ser apenas pontes, locais de travessia. Daqui a pouco você já estará do outro lado; modificado, amadurecido.
Certa vez, um velho sábio disse ao seu aluno que, ao longo de sua vida, ele descobriu ter dentro de si dois cães – um bravo e violento, e o outro manso, muito dócil. Diante daquela pequena história o aluno resolveu perguntar - E qual é o mais forte? O sábio respondeu – O que eu alimentar. O mesmo se dará conosco na lida como os sofrimentos da vida. Dentro de nós haverá sempre um embate estabelecido entre problema e solução. Vencerá aquele que nós decidirmos alimentar. “

domingo, 4 de outubro de 2009

Orai e vigiai

Quando Deus resgata e salva uma alma, ouve-se do inferno um urro de ódio e um grito de dor, enquanto que no céu há aclamação: palmas e louvores. Ao contrário, quando o Diabo rouba e conquista uma alma, há no inferno gargalhadas sinistras e uma lágrima rola do céu.

Irmãos, Deus não castiga nem condena ninguém; Ele se compadece e não se apraz com a perdição do pecador. Qual o pai que se satisfaz com a morte de um filho? Assim é Deus, nosso Pai Eterno; cada alma perdida é como a morte de um filho amado, rebelde, mas amado. Por isso a lágrima. Em contrapartida, as almas salvas são os filhos justos e os pródigos que retornam aos braços do Pai na eternidade. Daí o júbilo, a alegria.

O inimigo de nossas almas não se importa com o ímpio, pois já o conquistou. No entanto, o inimigo nos ronda, nos espreita sorrateiramente aguardando uma brecha para nos invadir com tentações. Por isso devemos estar sempre atentos: sobriedade e vigilância, nos adverte Pedro em sua primeira carta, capítulo 5, versículos 8 e seguintes. Também São Paulo ensina a nos defender das investidas do maligno, em sua carta aos Efésios, capítulo 6, versos 10 a 18.

Agora uma questão: você está diante de duas casas: uma cercada de demônios; a outra com o quintal vazio. Qual delas você escolheria para habitar?

Se você escolheu a casa cercada, escolheu a casa certa, pois nesta os demônios não conseguiram entrar, enquanto a outra já está ocupada por eles.

Por fim devemos lembrar que Deus é extremamente bondoso. Em sua infinita misericórdia, Ele nos convida a Si, Ele nos perdoa sempre, seja qual for o nosso pecado. Ele não se importa com o que fomos e sim com o que viermos a ser. Portanto, irmãos, expulsemos o maligno de nossas vidas, exorcizemos nossas casas. Deixemos os inimigos fora dela, para que o Espírito Santo de Deus transborde em nós. Amém.