sábado, 27 de junho de 2015

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Sobre os que creem é derramada a plenitude do Espírito Santo com a mesma força com que foi derramado em pentecostes; sobre todos que creem com fé expectante. Assim se realiza em nós o chamado batismo no Espírito Santo, expressão que pode ser substituída por efusão do Espírito Santo.  Efusão porque na realidade é um transbordamento, um derramar do Espírito em nós. Batismo porque somos mergulhados, simbolicamente, no Espírito Santo. Não confundamos com o batismo sacramental; BES não é um sacramento que é indelével, é uma relação pessoal de intimidade plena com o Espírito Santo e que deve ser continuamente renovada. Podemos então dizer que no batismo sacramental recebemos o Espírito Santo de modo infuso, ou seja, Ele é insuflado em nós, os batizados. Já no chamado batismo no Espírito Santo, Ele que já está conosco, age de modo efuso, movendo-se, preenchendo-nos por completo e transbordando na manifestação dos carismas.
Contudo o BES não é uma experiência emocional, mas uma experiência de fé. É a experiência concreta da graça de pentecostes. Muitos após experimentar o BES nada percebem de imediato, não se arrepiam, não sentem calor repentino, não choram, não sentem um palpitar agitado do coração; pensam que nada de extraordinário aconteceu. Mas se realmente foram dóceis ao Espírito Santo, abriram o coração e se deixaram envolver nos momentos de oração pela efusão do Espírito, com certeza, ao longo dos dias seguintes algo mudará. Serão atraídos pela Palavra de Deus e passarão a ler a Bíblia com mais frequência, entendendo de modo espontâneo as passagens que antes pareciam indecifráveis; terão mais zelo e compromisso com a Eucaristia, na comunhão e adoração; intensificarão os momentos de oração; perceberão em si a manifestação dos dons carismáticos, tais como o dom de línguas, palavras proféticas, de sabedoria, de ciência. Para que isso se efetive na vida do batizado (sacramento) é necessário o renovar constante da efusão do Espírito Santo (movimento).
Podemos afirmar convictos que todos somos carismáticos. Toda a Igreja é carismática. Só que alguns não se dão conta disso; não se abrem a ação do Espírito Santo, não vivem o múnus do batismo sacramental,     não se deixam alcançar pela efusão do Espírito e se fecham aos carismas. Dons infusos (os sete dons concedidos no Batismo) são dons de santificação. Os dons carismáticos (concedidos na efusão do Espírito Santo) são dons de serviço. E muitos não querem se comprometer com a obra do Senhor.       
Carismas são dons de serviço, como ferramentas; não como ferramentas que usamos a nosso bel prazer. Não temos os carismas numa caixa que transportamos, abrimos e usamos como e quando quisermos. Na verdade somos nós as ferramentas nas mãos de Deus, que nos utiliza quando e como lhe convém de acordo com os carismas que Ele nos concede. É certo que há dons carismáticos que usamos livremente tais como o dom de orar em línguas, o discernimento, palavras de sabedoria, fé carismática; porém a maioria dos dons de inspiração e poder vem diretamente de Deus a nós quando abrimos o coração e nos deixamos conduzir por Ele. Se formos impregnados pelo Espírito Santo, como disse certa vez D. Alberto Taveira, não viveremos num fogo de palha e sim na fornalha ardente do coração de Deus. Vivamos a experiência de pentecostes e as consequências edificantes do batismo no Espírito Santo.




quarta-feira, 24 de junho de 2015

Dicas que ajudam no processo de cura interior

A partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração

Tudo aquilo que está em nosso meio pode dizer muito de como está o nosso coração.
Também somos responsáveis pelo ambiente que nos cerca. Existe um clima que é somatória dos aspectos emocionais, compostos de bons sentimentos e tensões, e dos aspectos materiais, ou seja, a disposição dos objetos e impressão visual destes. As coisas que possuímos ou utilizamos ficam impregnadas com a nossa marca, são como uma extensão nossa. Por exemplo: É fácil o acesso a pesquisa em que encontramos resultados que ligam a cor do automóvel com o temperamento do proprietário, a estampa da roupa com o ânimo no dia de quem a veste.
Não como via de regra, mas, quando observamos alguém com um desleixo com seus pertences e com sua apresentação e asseio, pode ser um indicativo de que esse indivíduo está deixando de acreditar em si e de gostar de si mesmo. Um dos sintomas da depressão é a pessoa não reagir e não se importar muito com nada que a circunda.
Então, a via inversa também pode ser um meio de começar a organizar o interior. Se estamos desanimados, se chegamos à conclusão de que necessitamos de uma cura interior, a partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração.
Arrumar a cama, pintar a casa, desfazer-se de roupas que não mais usamos, tirar papéis velhos da gaveta, criar a coragem de jogar fora fotos de relacionamentos passados e que não nos fizeram bem, desentulhar as coisas que estão naquele cômodo dos fundos, e claro, o cuidado consigo mesmo, são o pontapé inicial para muitas mudanças no todo da vida e um gesto concreto e material de renunciar aos desacertos. Há muitas coisas guardadas em nossas casas, no escritório, na garagem, que correspondem a tralhas antigas no coração. Algumas têm ligação direta, são lembrancinhas para um saudosismo, mas, outras coisas significarão somente a vontade de uma vida nova, de mudança.
Faça hoje sua reflexão! O que tenho comigo que não me faz crescer?Ainda que num primeiro momento tenhamos que fazer um grande esforço para começarmos a faxina da alma (pois somos apegados até mesmo aos males sofridos) o resultado será compensador. Quando nos dermos conta, até mesmo sensações feridas e a autoestima podem melhorar e muito.
Com toda certeza, não é modificando o exterior que preencheremos de sentido a nossa alma.
Boa faxina!
Sandro Arquejada



sábado, 20 de junho de 2015

O caminho da ternura


Jesus Cristo se manifestou pequeno e pobre, nascendo em Belém, povoado simples e só aparentemente sem importância, pois “Tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel” (Mt 2, 6). Tomou as vestes da simplicidade, manifestando o maior poder de Deus, que vai ao mais profundo das realidades humanas, para resgatá-las em seu amor.
Chamado “Filho do Carpinteiro” José, aprendeu, ele mesmo, uma profissão humana, trabalhador manual, para que as atividades humanas fossem reconhecidas em sua inigualável dignidade. Nele, todo trabalho humano feito com amor é reconhecido como contribuição na edificação do Reino de Deus. Nazaré foi seu ambiente de crescimento na infância, adolescência e juventude, com tudo o que significa convivência sadia, pois se fez igual a nós em tudo, menos no pecado. Foi tão parecido que seus concidadãos se admiravam pela sabedoria com que agia e falava (Cf. Mt 13, 54-55), tudo vindo de dentro, do amor infinito, que é só de Deus, e ele é Deus!
Mãe Maria, ele a teve única entre todas as outras, preparada pelo Pai do Céu para ser santa e imaculada. Numa pessoa, feminina em sua doçura, mulher forte, experimentada na provação, formada nas estradas que foram de Nazaré a Belém, ou passaram pelo Egito, peregrinaram a Jerusalém, foi solícita em Caná e capaz de se fazer discípula do próprio Filho. Declarou-se escrava e aí estava a sua felicidade, sua bem-aventurança. Na hora definitiva da obra de salvação realizada e merecida pelo Senhor Salvador, estava de pé junto à Cruz, colaboradora do Redentor. O amor que perpassou seus pensamentos, palavras e gestos, conduziu-a ao testemunho do derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, ela que fora envolvida com a sombra do mesmo Espírito, para a Encarnação do Verbo de Deus. Não fez “grandes” coisas, pois estas foram feitas por Deus em sua história (Cf. Lc 1, 46-49). Sua vida é apenas e tão somente ser a Mãe do Belo Amor, e o tudo de Deus se realiza em seus passos.
Um dia bonito raiou no Rio Jordão, quando sol, água, vozes, pomba, tudo comparece para que se inaugure o ministério da vida pública de Jesus, amor de Deus feito carne, Filho amado a ser acolhido e ouvido. Testemunha-se ali a revelação da Trindade! É o amor que circula entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É a humanidade que em João Batista se inclina e quer deixar-se batizar na nova e definitiva torrente que brota do Céu. É o amor de Deus que se derrama, pelo Espírito Santo que nos é dado (Cf.Rm 5, 5).
O Messias foi aguardado com ansiedade por muitos séculos. Era o desejo profundo da plena comunhão entre o Céu e a Terra! Só que muitas pessoas o imaginavam poderoso nas batalhas, violento para destituir os opressores! Neste sentido, Jesus decepciona tais expectativas, porque chega num jumentinho, montaria dos pobres, ao invés dos garbosos cavalos dos vencedores das guerras, ou dos dominadores enriquecidos pelo butim dos povos conquistados. Ele vem como o Rei da Paz, aparentemente termina sua missão no fracasso da morte e anunciou apenas o amor que realizou. Venceu a morte, sim, mas sua ressurreição só é conhecida através do testemunho! Com ele só se pode estabelecer relacionamento através do caminho da fé, que significa confiança gratuita e absoluta e conduz ao amor livre e decidido entre Deus e os homens e as mulheres que criou e entre estes, na reciprocidade do dom e da ternura.
Foi muito difícil para os discípulos de Jesus chegarem à compreensão dos segredos do Mestre. Por três anos brotaram muitas interrogações em seus corações, pelo fato de serem também herdeiros da expectativa do Povo de Israel. Uma delas é a pergunta a respeito do “seu” mandamento, com a qual pretendiam penetrar no mais íntimo do coração do Senhor (Cf. Jo 15, 9-17). Não lhes revelou qualquer fórmula mágica para os problemas do mundo, mas deu-lhes de presente o próprio Céu, o jeito de Deus viver: “Este é o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12). Trata-se de acreditar que o Céu resolve os problemas da terra! É trazer para o dia a dia os critérios de Deus, que nos ama por primeiro, quer para todos vida em abundância, perdoa sempre com misericórdia, a ternura de Deus que vai ao encontro de quem se perdeu.
Somos continuamente tentados pela eficiência, desejo de resultados rápidos. Este fenômeno se verifica também nas decisões dos governantes, com as promessas do consumo e do emprego aparentemente estável, ou as políticas compensatórias, cujo preço chega e já chegou. Como se esvaiu um admirável mundo novo que se proclamou realizado! E infelizmente muitos almejam um mundo sem rédeas ou limites, religião reduzida à esfera privada, laicismo militante, libertinagem à solta, apenas direitos e nenhuma responsabilidade, desrespeito e eliminação da vida desde o ventre materno, desvalorização da família, ideologia de gênero, propostas de mudanças sociais com viés socialista nitidamente anacrônico.
A proposta do Evangelho pode soar ingênua, quando acompanhamos o Jesus de Belém, da Galileia ou do Calvário! Só que não se chega à ressurreição sem passar pela Cruz, loucura aos olhos humanos. Muitos que o seguiram na primeira hora e em todos os tempos o deixaram de lado, pois não oferece tais soluções fáceis. Quando Jesus propõe critérios de Céu, com a disposição para dar a vida uns pelos outros, desmorona a pretensa competição de quem quer derrubar o próximo, destruí-lo para que vença o grupo a que pertencem os que se envolvem nas batalhas da vida. Quem o segue deverá escolher a força da não violência, o amor simples e sincero que vai ao encontro dos outros, as armas da paz, a queda das muralhas que separam as pessoas e o gosto pelo diálogo.
Nestes dias, vale olhar para figuras tão simples quanto emblemáticas na Igreja e na Sociedade, as Mães, cujo dia celebramos. A ternura que revelam é um sinal precioso do amor de Deus. O profeta Isaías nos mostra em palavras preciosas a linda comparação do amor de Deus com o amor materno: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca” (Is 49, 15). Às mães é confiado o tesouro da vida, conservado no íntimo de seu ventre, e delas a vida recebe calor, estímulo, afeto e ternura. Sua coragem para cuidar dos filhos, o zelo que muitas vezes faz assumir sozinhas a educação de seus queridos, amor que não se explica, mas acontece e é cada dia mais intenso. Nelas encontremos o testemunho e a verdadeira pregação do mandamento do amor. Elas valem e mudam o mundo!
E por falar em família e ternura, o Papa Francisco, fez justamente um apelo a um caminho diferente daquele que muitas vezes se percorre no mundo: “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas ou as más intenções, aquelas que edificam e as que destroem... Cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura... Não devemos ter medo da bondade, da ternura!” (Cf. Homilia do dia 19 de Março de 2013, Solenidade de São José). É jeito de Céu, é o mandamento do Amor!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará-Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL


quarta-feira, 17 de junho de 2015

CORPO, ALMA E ESPÍRITO


Na primeira carta aos tessalonicenses (5,23) São Paulo menciona o espírito (pneuma) junto com a alma (psiqué) e o corpo (soma). Eis o texto: "E o Deus da paz vos santifique em tudo, a fim de que todo o vosso espírito, e a alma e o corpo se conservem sem culpa para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo". Esta passagem não prova que São Paulo acreditava numa divisão tricotômica do ser humano, contra a divisão dicotômica que segue em outras partes. Para ele existe o corpo material (soma) e alma (psiqué). A parte mais elevada da alma, ou seja, o espírito (pneuma) é a que assemelha o homem a Deus, isto é, a razão informada pela graça. A pessoa humana é um corpo (soma) informado por uma alma (psiqué) ou uma alma que informa um corpo. Daí se falar em fenômenos psicossomáticos, ou seja, pertencentes ou relativos, simultaneamente, aos domínios orgânico e psíquico. A grande questão é saber se São Paulo professou ou não a tricotomia platônica. Em primeiro lugar é bom que se saiba que a tricotomia corpo, alma e espírito é mais antiga que Platão. É certo que depois a encontramos também em Aristóteles para quem o nous, ou seja, a forma mais alta de conhecimento que em latim significa intelecto, é imortal, princípio de vida intelectual e se opõe a psiqué, a alma sensitiva, inconcebível independente do corpo (soma). Judeu helenista, Paulo empregou a linguagem helenística de sua época em matéria de psicologia, servindo-se de uma divisão clássica naquele tempo. Entretanto, quando ele distingue espírito (pneuma) do homem de sua alma (psiqué) não é na filosofia grega e menos ainda na mística pagã que ele encontra a noção particular de espírito, mas se trata de uma lembrança da narrativa bíblica da criação do homem. As antigas expressões hebraicas ruah (espírito) e nefes (alma) ambas significam o fôlego da vida ou sede dos pensamentos e dos sentimentos. O espírito é uma parte do composto humano e não há entre ele e alma, aos olhos do Apóstolo senão uma diferença modal. A alma designando o conjunto de suas funções, sobretudo vitais e sensíveis e o espírito expressando a mesma alma nas suas funções intelectuais. O corpo é a pobre máquina corporal, na qual Paulo encontra muitas enfermidades (Rm 7,24). Em síntese, nós temos três termos, três aspectos do ser humano, que resumem todo o seu ser e todas as suas atividades e não três partes distintas do composto humano.São Paulo simplesmente adaptava um vocabulário antigo a significações inteiramente novas. Portanto, espírito (pneuma) retém o sentido de sopro, respiração. Exprime a natureza do espírito como força vital, como o dinamismo organizador que é o próprio da vida. É uma forma superior da vida. O intelecto (nous) que flui no terreno da formação da ontologia do ser em Parmênides e da visão teleológica da Natureza de Anaxágoras e Diógenes de Apolônia é uma visão em profundidade (intus legere - ler dentro). O espírito enquanto logos é visto na sua relação com a palavra, sendo a palavra inteligível a manifestação do mesmo espírito. Pode-se considerar o espírito também como consciência de si. É o que se percebe em Santo Agostinho e se torna, a partir de Descartes, um tema dominante da filosofia moderna, como filosofia da subjetividade e da autodeterminação do espírito. As noções filosóficas aqui tratadas são aprofundadas magistralmente pelo Pe. Henrique Vaz, na sua magnífica obra Antropologia Filosófica, publicada pelas Edições Loyola. Portanto, espírito e alma são dois aspectos de uma mesma realidade, ou seja, do princípio de vida no ser humano.
Côn.  José Geraldo Vidigal de Carvalho

sábado, 13 de junho de 2015

Firmes na Fé


A quantas anda nossa fé? Está firme como rocha ou ‘firme como geleia’? Rocha é fundamento sólido, praticamente inabalável. Geleia, apesar da aparência de solidez, é macia, fura-se com a ponta de um dedo e esfacela-se com facilidade.
A Bíblia (Hb 11,1) nos diz que fé é o fundamento da esperança, a certeza daquilo que não se vê.  Podemos então definir fé como sendo uma iluminação interior que nos faz crer mesmo ainda sem ter visto o objeto de nossa fé, ou não ter sido alcançado algum resultado esperado. Daí então podemos perceber que fé é dom. Se temos o coração receptivo, Deus na sua infinita bondade nos oferece e se abrimos realmente o coração o dom da fé nos é concedido. 
Não confundamos crendice com fé. Crendice é acreditar em tudo, qualquer coisa visível ou invisível, material ou etéreo, verdadeiro ou falso. Fé é crer e esperar. Fé teologal é crer em Deus e esperar nele; na fé teologal a fé carismática é crer e esperar na certeza da resposta de Deus. E então como está nossa fé? Arraigada na rocha ou grudada na geleia? Na rocha é fé verdadeira, gelatinosa é simples crença. Acreditamos num único Salvador, ou há outros “salvadores” por aí? Acreditamos que todos os caminhos levam a Deus, ou num único caminho? Não devemos nos esquecer das palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, verdade e vida.” Ele disse, eu sou O CAMINHO, não um dos caminhos. Portanto... Só há um único e real caminho que nos leva a Deus: Jesus Cristo, Ele o próprio Deus feito um de nós. Jesus é o caminho que nos conduz à verdade, verdade que traz vida, vida plena e abundante.
Eis a rocha, Jesus e com Jesus a Igreja. Igreja fundada na rocha (Ele próprio) e delegada a outra rocha (Pedro); Igreja fiel depositária da fé. Eis a firmeza, fé dom divino fortalecido e enriquecido com os ensinamentos da Igreja. Portanto, não nos deixemos levar por qualquer vento de vã doutrina, mas pela brisa leve do Espírito Santo que habita nos batizados e dirige e inspira a Santa Mãe igreja. 



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Que é o dom de línguas?


O Senhor concede o dom de línguas para todos 
Em Pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, louvar e cantar na língua nova do Espírito, o primeiro dom a ser manifestado. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: “Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias do Senhor, e nós as estamos entendendo com o coração”. Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou: “Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel”.
Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração, porque o Espírito do Senhor é a ligação entre o Pai e o Filho, e a oração é a comunicação entre Eles; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Paráclito; e Este é oração. Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e volta.
Quando somos introduzidos no Espírito de Deus, saímos cheios de oração, porque o Paráclito é uma oração de fogo, infalível. Nós damos o combustível, que é o nosso ar; movemos nossas cordas vocais, a boca e a língua; geramos sons. E o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós.
Você não imagina o valor dessa oração! Não somos nós orando simplesmente, mas é o Espírito de Deus orando em nós!
O que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Nós movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo.
São Paulo explica isso na Epístola aos Romanos 8,26: “Do mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis”.
Essa explicação é bem simples: gemidos inefáveis, ou seja, gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação. Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio, porque não sabemos o que pedir nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso favor com gemidos inefáveis.
Daí, as maravilhas acontecem, porque é o Paráclito orando dentro de nós, por nós. São Paulo continua: “E aquele que perscruta os corações sabe qual é a intenção do Espírito; com efeito, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos. (Rm 8,27). Portanto, o Ele sabe das nossas necessidades e as apresenta
ao Pai, que só nos atenderá se o que pedimos for para o nosso bem e de acordo com o que deseja o Espírito.
Quando oramos no Espírito, primeiro Ele intercede a Deus de acordo com a nossa necessidade; depois; de acordo com aquilo que o Senhor sabe, que a considera ser como o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível; daí seu valor.
Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz: “Ponha-se de lado, porque agora Eu vou agir. Não me atrapalhe mais”. E o Senhor entra em ação por meio do Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos nossos sentidos, da nossa sensibilidade nem da nossa inteligência.
É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus. Só assim a transformação começa a ocorrer em nosso coração, em nossa vida, na vida daqueles que amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o mundo começa a ser renovado.
Deus quer essa graça para todos!
Artigo extraído do livro “Aspirai aos dons espirituais”, de monsenhor Jonas Abib.


sábado, 6 de junho de 2015

A preciosidade de uma verdadeira amizade


Não existe um coração que não precise de um amigo ao seu lado. Quantos preferem viver na solidão devido às decepções que sofreram em relação às amizades, o que a fez desacreditar no amor. Não vivamos uma vida de solidão.
Para mantermos um amigo é preciso vigiarmos nossas palavras. Cuidado com o que falamos aos nossos amigos! Também não saímos contando aos outros o que nosso amigo partilha conosco. Precisamos aprender a guardar segredo.
Em muitas situações, viveremos assim: diremos a coisa errada na hora errada, a coisa certa na hora errada, a coisa errada na hora certa ou, talvez, a coisa certa na hora certa. Para que não machuquemos nossos amigos, peçamos a Deus discernimento e sabedoria em nossas palavras.
Em meios às provações, que possamos adquirir amigos verdadeiros. Algumas coisas que vivemos não partilhamos nem com nossos amigos, por isso nos coloquemos em oração e as apresentemos a Deus, pois Ele é nosso melhor amigo e escuta as nossas confissões. Algumas coisas deveram deixar na particularidade e revelar para poucas pessoas, ou talvez, a revelemos apenas para o Senhor.
Em nossa vida, passamos por muitos altos e baixos, fato que mexe com nosso interior. Quantos não tiveram amigos que se tornaram inimigos ou, algumas vezes, aqueles que achávamos que era nosso inimigo se revelam grandes amigos. Não desistamos de nossa vida, não deixemos de amar por termos sido traídos ou abandonados.
Um amigo fiel é uma poderosa proteção, e aquele que o encontra, encontra um tesouro. Não percamos tempo e construamos amizades sólidas. Tenhamos amizades verdadeiras, e que o Senhor nos cure de toda a decepção que vivenciarmos em relação às nossas amizades.
Pitter Di Laura - Missionário da Comunidade Canção Nova



quarta-feira, 3 de junho de 2015

O poder da intercessão de Maria


Mediante a Encarnação do Verbo no seio puríssimo da Virgem Maria, Deus Pai, por um ato de sua infinita bondade, criou os vínculos que O ataram ao gênero humano. E Nossa Senhora, tornando-se Mãe de Jesus, passou a ser também a Mãe espiritual de todos nós.
"Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira." (CIC 969)
Nas bodas de Caná, mesmo dizendo que sua hora não havia chegado, bastou sua Mãe pedir para Jesus atender. Em virtude de suas insondáveis perfeições, Ela é sempre ouvida por Deus em suas preces a nosso favor, e d’Ele nos obtém aquilo que, por nós mesmos, não mereceríamos e em vista disto, é impossível não atendê-la. O poder de intercessão de Nossa Senhora a Jesus é tão grande que na doutrina católica Ela é exaltada como a onipotência suplicante, ou seja, aquela que tem, por meio da súplica a seu Filho, o poder que pode tudo junto d'Aquele que tudo podee que a constituiu Medianeira de todas as suas graçasjunto a Cristo Mediador. Assim,  Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens; e Nossa Senhora uma Medianeira junto a Cristo.
A presença materna de Maria na intercessão é sinal de que a nossa prece chegará aos ouvidos de Jesus de maneira muito mais eficaz e perfeita. Pois ela, como Mãe do Salvador, tudo alcança pela sua intercessão. Ela sabe como pedir a Jesus, por isso a sua intercessão deve ser pedida por todas as pessoas e em todos os lugares. O intercessor que deseja ver suas intenções atendidas pode estar certo que não há meio mais fácil do que confiar no poder da intercessão de Maria Santíssima. São Luís Maria Grignion de Montfort nos ensina: 
“O Pai não deu nem dá seu Filho senão por Ela, não suscita novos filhos senão por Ela, e não comunica as suas graças senão por Ela. Deus Filho não foi formado para todos em geral senão por Ela; não é formado e gerado todos os dias (nas almas), em união com o Espírito Santo, e não comunica os Seus méritos e virtudes, a não ser por Ela. O Espírito Santo não formou Jesus Cristo senão por meio d’Ela, e não forma os membros do seu Corpo Místico, a não ser por Ela; não dispensa os Seus dons e favores senão por Ela.”
Sabemos que a Renovação Carismática Católica é um movimento eclesial consagrado à Nossa Senhora, que à ama e que à reconhece como Mãe e protetora,  portanto, é primordial que todos os intercessores e intercessoras do Ministério de Intercessão da RCC manifestem também amor e devoção à Nossa Senhora; é fundamental que em nossas reuniões de intercessão supliquemos a Sua presença materna para que esteja conosco intercedendo em favor dos irmãos. Agindo assim, pelo poder da intercessão de Maria Santíssima, certamente haveremos de obter muito mais êxito em nossa intercessão.
Que a Virgem Santíssima interceda por todos nós!

Núcleo Nacional do Ministério de Intercessão